A INTERNET VICIA?




Esta é uma discussão antiga: a internet realmente vicia ou isso não passa de uma lenda? O fato também ocorre com jogos eletrônicos? Vários pesquisadores se debruçaram sobre o assunto e as conclusões são conflitantes. A psiquiatra Hilarie Cash, co-fundadora do Internet/Computer Addiction Services, localizado em Redmon, nos arredores de Seattle, onde justamente está localizada a sede da Microsoft, acha que o perigo é real e algumas pessoas podem sim se tornar viciadas em internet ou computador.

Em suas pesquisas, ela verificou que um dos principais sintomas do distúrbio está a constante preocupação por estar conectado, assim como mentir sobre o tempo que passa navegando na rede e sobre o tipo de conteúdo acessado. Outros sinais fortes do vício, e talvez os mais preocupantes, são o isolamento social e a baixa auto-estima, interferindo profundamente nas relações familiares, sociais e profissionais.








Os dependentes em internet costumam entrar em um círculo vicioso (com o perdão do trocadilho), já que a perda de auto-estima cresce na medida em que aumenta o vício, o que, por sua vez, eleva a necessidade de fugir da realidade e se refugiar cada vez mais no mundo virtual. Um dado curioso é que mais de 50% dos viciados na rede também são dependentes de drogas, álcool, tabaco ou sexo.

Uma notícia recentemente veiculada no jornal China Daily diz que uma pesquisa realizada por um grupo ligado à Liga da Juventude Comunista revelou que 13,2% dos adolescentes e jovens adultos chineses são viciados na internet. A notícia tinha um teor político, pois foi divulgado justamente quando o governo vinha tomando medidas para regular os games online, como uma lei que limita os usuários a sessões de no máximo três horas de jogo nos cibercafés. A China é um dos países que tenta censurar a internet, proibindo os seus cidadãos a ter acesso a algumas páginas.

Por outro lado, no ano passado, uma outra notícia vinda da Ásia dizia que um sul-coreano morreu após passar 50 horas quase ininterruptas à frente de um computador, jogando um game em um cibercafé. Seria um caso de overdose de computador.

Já outros especialistas afirmam que não se pode colocar a internet no mesmo patamar que as drogas, já que ela é apenas um meio de comunicação, diferentemente de substâncias como a heroína, que geram dependências físicas e psicológicas fortes.

Com a notícia do aumento no número de viciados na internet, alguns profissionais também começaram a oferecer seus serviços via ciberespaço. Alguns acharam estranho, pois seria o mesmo que promover reuniões de alcoólicos em bares. O ciberpsicólogo Marcelo Sidrião F. Salgado mantém uma página na rede (http://www.fortalnet.com.br/psyberterapia) onde dá consultas por e-mail e chat, ou o que ele chama de orientação e aconselhamento. Um outro endereço é o do 
Instituto Psicoinfo, coordenado pela psicóloga carioca Luciana Nunes. Ela atende casos de dependência online, cibersexo, relações virtuais e tecnostress em seu consultório no Rio de Janeiro, mas mantém diversos grupos de discussões online no Yahoo! para internautas. Na página, basta escolher o tema e enviar uma mensagem reportando o interesse em participar.





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